MP-BA recomenda e Prefeitura de Salvador inicia fornecimento de merenda durante greve de professores

A paralisação dos professores da rede municipal de Salvador completa um mês nesta quarta-feira (4), ainda sem acordo entre a categoria e a prefeitura. Em meio à greve, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) recomendou que o município assegure alimentação aos alunos que estão sem aula.

A orientação do MP-BA, emitida na última sexta-feira (30), sugere duas opções: fornecimento de kits alimentação ou refeição servida nas escolas. O órgão aguarda resposta oficial da prefeitura até esta quarta-feira.

Em entrevista à TV Bahia nesta terça (3), o prefeito Bruno Reis (União Brasil) confirmou que a gestão municipal vai cumprir a recomendação a partir do dia 4. As refeições serão oferecidas apenas nas unidades com atividades totalmente suspensas. Escolas em funcionamento manterão o cronograma habitual.

Segundo o prefeito, alunos do turno matutino devem comparecer entre 9h30 e 10h; os da tarde, entre 13h30 e 14h. Estudantes do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) serão atendidos das 18h30 às 19h30. Em unidades que funcionam em tempo integral, o fornecimento completo das seis refeições será mantido. Já nas escolas paralisadas, será oferecida apenas uma refeição reforçada, por limitações logísticas.

O diretor da APLB-Sindicato, Rui Oliveira, apoiou a medida: “A alimentação é um direito da criança. Muitos dependem da merenda escolar”, afirmou.

A greve atinge, segundo a APLB, cerca de 80% dos 10 mil professores da rede, em 412 escolas. A Secretaria Municipal da Educação (Smed), no entanto, reconhece paralisação total em 115 unidades.

A principal divergência na negociação é o reajuste salarial. A prefeitura propõe a incorporação da gratificação de 40% ao salário, enquanto os professores exigem o aumento com base no piso nacional, excluindo a gratificação.

Uma nova rodada de negociação entre sindicato e prefeitura, com intermediação do MP-BA, está marcada para esta terça-feira (3), às 17h.