Em três dias, conflito Israel-Irã já deixa mais de 90 mortos em ataques

O conflito entre Israel e Irã atingiu um novo patamar de gravidade entre a noite de sábado (14) e este domingo (15), deixando mais de 90 mortos em ambos os lados e aumentando o temor de uma guerra de grandes proporções no Oriente Médio, com impactos diretos na economia global e na segurança internacional.

De acordo com autoridades israelenses, ao menos 13 pessoas, incluindo crianças, morreram em território israelense após uma série de ataques com mísseis disparados pelo Irã. Equipes de resgate seguem trabalhando nos escombros de prédios residenciais destruídos, na busca por sobreviventes, utilizando cães farejadores e maquinário pesado.

Em Teerã, capital iraniana, o cenário também é devastador. O governo do Irã confirmou 78 mortes na sexta-feira, além de dezenas de vítimas em ataques subsequentes, incluindo 60 mortos — metade deles crianças — em um único bombardeio que destruiu um edifício de 14 andares. Explosões também atingiram depósitos de combustível, provocando incêndios que iluminaram o céu da cidade.

A ofensiva israelense, denominada “Operação Leão em Ascensão”, foi iniciada na madrugada de sexta-feira (13) com um ataque surpresa que, segundo Israel, eliminou parte do alto comando militar iraniano e danificou instalações nucleares estratégicas. As autoridades israelenses afirmam que a campanha seguirá nos próximos dias e que ainda há uma lista extensa de alvos prioritários em território iraniano.

"O Irã pagará um preço alto pelo assassinato de civis, mulheres e crianças", declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em meio aos destroços na cidade de Bat Yam, onde seis pessoas morreram. O Exército de Israel, por sua vez, alertou civis iranianos que vivem próximos a instalações militares para que deixem essas áreas imediatamente.

Em resposta, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, prometeu retaliações severas e declarou que, se os ataques continuarem, “as respostas se tornarão mais decisivas e devastadoras”.

De acordo com o comando militar de Israel, o Irã disparou cerca de 270 mísseis balísticos nas últimas 48 horas. Desse total, aproximadamente 22 conseguiram atravessar o sistema de defesa antimísseis israelense, provocando danos e mortes em diferentes regiões do país. Sirenes de alerta soaram diversas vezes, inclusive durante o dia, em cidades como Tel Aviv, onde explosões voltaram a ser ouvidas neste domingo.

Diante da escalada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou apoio à ofensiva israelense e advertiu o Irã contra qualquer tentativa de atacar alvos norte-americanos. “Se formos atacados de qualquer forma, maneira ou tipo, toda a força e o poder das Forças Armadas dos EUA cairão sobre vocês, a níveis nunca antes vistos”, afirmou Trump em uma publicação na rede Truth Social.

Apesar do tom agressivo, o presidente norte-americano também afirmou que um acordo de paz poderia ser alcançado rapidamente e mencionou reuniões em andamento, sem detalhar quem participa das negociações.

Por conta da ofensiva, a rodada de negociações nucleares entre Estados Unidos e Irã, prevista para este domingo, foi cancelada. Teerã informou que não participará de nenhum diálogo enquanto estiver sob ataque israelense.